Um incêndio que teria origem criminosa devastou uma área de retomada indígena em Caarapó na última quarta-feira (24). Um homem indígena acabou queimado pelas chamas.
A denúncia foi feita pela organização Guarani e Kaiowá Aty Guasu nas redes sociais. Vídeo gravado por indígena mostra que o fogo cercou as barracas montadas pela retomada.
Além disso, os povos originários também acionaram a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para providências e resgate do homem ferido, que ainda se encontrava na Terra Indígena.
Confira:
Despejo de indígenas
Os conflitos latifundiários em Mato Grosso do Sul se concentram em áreas de retomada em Douradina e Caarapó. Há relatos de intimidação e ataques à mão armada nas regiões.
O Ministério Público Federal, Polícia Federal, Funai e a Força Nacional estão nesses locais desde o começo do mês para negociações e impedir que o conflito avance.
Na terça-feira (23), o juiz federal Rubens Petrucci Junior, da 1ª Vara Federal de Dourados, determinou a saída dos indígenas que ocupam o Sítio José Dias Lima, em Douradina. Conforme a decisão do magistrado, os proprietários da fazenda apresentaram um contrato agrícola, que iniciou em outubro de 2022. Esse contrato será encerrado em setembro de 2027.
No entanto, em 14 de julho, aproximadamente 50 indígenas Guarani e Kaiowá ocuparam a propriedade e montaram barracos de lonas. Com isso, foi feito registro na delegacia e aberto inquérito policial por esbulho possessório.
O esbulho possessório é a perda total da posse, ilegalmente. Assim, desde o dia da ocupação os indígenas não teriam permitido que os moradores se aproximassem da fazenda.