Veado em meio as pastagens queimadas (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
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Assustados ao andar em campo coberto por cinzas, casal de veados que circula às margens da BR-262, em Corumbá – distante 450 km de Campo Grande, é símbolo da resistência que se mantém na região pantaneira. A aparição é o retrato da esperança, em meio ao avanço rápido e destrutivo dos incêndios na região.
Na manhã desta quinta-feira (27), os animais silvestres ‘recepcionaram’ equipe do Jornal Midiamax, que retorna ao Pantanal após seis dias. Na última sexta (21), a reportagem presenciou as chamas altas que consumiam as margens da BR-262, ao se despedir da cidade branca.
Passada quase uma semana, a fuligem deixada pelas chamas compõe o novo cenário da chegada ao Pantanal. Em meio à região seca e arrasada pelas chamas, os animais buscam alimento e abrigo, enquanto devolvem sinais de vida e esperança à planície.
Na semana passada, o trecho onde os veados pantaneiros circulavam se mantinha encoberto por vegetação. Hoje, abriga planície das cinzas do que o fogo destruiu.
Contrastes em uma semana
No curso da rodoviária, também são nítidas as mudanças entre uma semana e outra. A partir do trecho conhecido como ‘Buraco das Piranhas”, densa cortina de fumaça encobre a pista e prejudica a visão e respiração de quem trafega por ali.
Nos quilômetros seguintes, o cinza nas duas margens e alguns focos de incêndio que resistem são companhias até a área urbana de Corumbá.
Nas fazendas às margens da rodovia, em trechos onde o fogo não chegou, a construção de aceiros é estratégia de produtores para que as chamas não invadam as propriedades. Por causa da seca, açudes abertos aos montes estão disponíveis para o gado que pasta em meio à fumaça.
Autoridades intensificam apoios ao Pantanal
Há uma semana, equipe do Jornal Midiamax chegava ao Pantanal, que registrava 1.729 focos de incêndios. Passados sete dias, o bioma acumula 2.527 focos de queimadas e 530 mil hectares consumidos pelas chamas.
Com o avanço das chamas, que ganharam as capas de jornais pelo Brasil e mundo na última semana, a ajuda também foi mobilizada para ir ao Pantanal. Nesta semana, o Governo Federal anunciou o envio de 80 agentes da Força Nacional para Corumbá.
Além disso, a União afirma que mobilizou 14 aeronaves, sendo seis do Ibama e do ICMBio já em operação. Cerca de 250 profissionais do governo federal atuam em campo no Pantanal, incluindo brigadistas e equipes do Ibama, do ICMBio e da Marinha.
O efetivo será reforçado nos próximos dias por mais 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional. Na sexta-feira (28), está prevista a visita de três ministros (Meio Ambiente, Justiça e Planejamento) a Corumbá.
União reconhece situação de emergência em MS
Três dias após o Governo do Estado decretar situação de emergência nos municípios atingidos por incêndios florestais, o Governo Federal, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, publicou portaria em que reconhece a situação de emergência em 12 cidades de Mato Grosso do Sul. A publicação é feita diante dos incêndios que devastam, principalmente, a região do Pantanal.
Conforme a Portaria 2.251 publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta quinta-feira (27), o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, reconheceu o cenário de emergência vivo em MS, onde somente no Pantanal há mais de 2,3 mil focos de incêndio.
O decreto de situação de emergência em municípios atingidos pelo fogo foi publicado no DOE (Diário Oficial do Estado) na última segunda-feira (24) e, no mesmo dia, Defesa Civil solicitou reconhecimento da situação emergencial para a União. As cidades reconhecidas em situação de emergência foram: