A crise da produção de suínos na China está oferecendo oportunidades para criadores e exportadores do Brasil. Os preços estão em alta e os investimentos também.
A exportação de carne suína do país aumentou mais de 24% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Com a demanda aquecida, produtores e indústrias de Mato Grosso do Sul passaram a apostar em novos investimentos.
O presidente da Associação dos Suinocultores do estado, Alessandro Boigues, explica que a soma dos investimentos que já começaram no estado e, também, dos que estão previstos até 2022, chega a R$ 1 bilhão.
“Nós vamos ter que acabar acelerando os investimentos. Eles [chineses] estão tendo problema sanitário com a peste suína africana. E isso daí com certeza vai dar uma visibilidade pro Brasil”, explica Boigues.
Na onda de crescimento também estão cooperativas, com projetos de ampliação do número de matrizes e suinocultores animados com a possibilidade de um lucro maior.
É o caso do suinocultor João Alberto Zílio, que tem propriedade em São Gabriel do Oeste. Ele tem 5 barracões, todos eles foram financiados no valor de R$ 1,75 milhão. Agora, o produtor já se prepara para construir o sexto prédio, um investimento de R$ 450 mil.
Boa remuneração
A produtora Eleisa Moraes avalia que o momento é cheio de boas notícias para a suinocultura em Mato Grosso do Sul. Nos últimos 12 meses, o preço do quilo do animal vivo passou de R$ 3,50 para R$ 4,60, uma valorização de 32%.
“É um incremento bem importante. Mesmo com o preço do milho um pouco mais alto, a gente consegue pagar esse custo e ter um lucro”, afirma.