No último final de semana, a vereadora Iris Gabriela Santos (Republicanos) de Nova Alvorada do Sul foi flagrada em uma festa, enquanto, ao mesmo tempo, estava oficialmente afastada dos trabalhos legislativos por motivo de atestado médico. A presença da parlamentar no evento em Campo Grande provocou uma enxurrada de críticas por parte da população local, que questiona a conduta ética da parlamentar.
Após a grande repercussão do caso, a vereadora compareceu na sessão da Câmara na última terça-feira (3), antes mesmo do retorno previsto no atestado de 15 dias, que seria nesta quinta-feira (5), para justificar a ausência.
Na oportunidade, a vereadora esclareceu que chegou a ser hospitalizada, pois sofre de crise de pânico e ansiedade. “Este final de semana, que acabou meu tratamento, e eu já estou em condições de cumprir com minhas obrigações. Porque fui em um evento social beneficente, fui subjugada, com certeza porque sou mulher”, disse.
Em entrevista ao Campo Grande News, a vereadora chorou ao contar que recentemente se divorciou porque vivia relacionamento abusivo, em que estava sendo vítima de vários tipos de violência, com agressões físicas sérias, que acarretaram nos transtornos psicológicos que motivaram o atestado.
“Me divorciei há pouco tempo, no final de junho. Estava sofrendo violência psicológica e agressões, que só percebi depois de muito tempo, quando tirei os ovários. Estava enfrentando essa luta. Não denunciei, mas fiquei muito abalada emocionalmente e estou passando por um momento muito delicado. Faço acompanhamento psiquiátrico, com psicólogo e com coach. Sofro com síndrome do pânico e estou tirando forças de onde não tem”, relatou a vereadora.
Confirmando que participou do evento beneficente em Campo Grande enquanto estava de atestado, a vereadora se defendeu dizendo que o convívio social faz parte do acompanhamento psiquiátrico e que inclusive foi orientada por uma profissional.
“Recebi orientação psicológica e da psiquiatra para voltar ao convívio, era um evento beneficente que ajudei a organizar, então não via problema porque estava orientada a fazer isso. Parei de tomar remédio a pedido da psiquiatra, antes disso, fiquei 10 dias sem conseguir sair de casa. Não escondo minha vida, estava de atestado, mas faz parte voltar ao convívio social estava saindo da medicação”, disse a parlamentar.
Apesar da contestação e polêmica, o atestado foi aprovado pelos vereadores durante sessão.